27 de maio de 2011

Juventude Negra repudia operação de despejo em Aracruz

O Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo repudiou com veemência a operação feita pelo Batalhão de Missões Especiais (BME), ocorrida nesta quarta-feira (18), em Barra do Riacho.

A Operação foi executada para o cumprimento de um mandato judicial de um processo de reintegração de posse movido pela Prefeitura de Aracruz contra as famílias que residiam no loteamento Nova Esperança, no distrito de Barra do Riacho.

Segundo o Coordenador do Fórum, Luiz Inácio, os procedimentos utilizados pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) afrontaram gravemente os direitos humanos. “Foi montado um verdadeiro cenário de guerra, totalmente desproporcional. Os policiais agiram com truculência e desrespeito aos direitos fundamentais daquelas pessoas. Além do Estado não garantir o direito à moradia adequada, ele reprime violentamente aqueles que se organizam para simplesmente ter um lugar para morar”, denuncia.

De acordo com relatos, alguns moradores foram impedidos de pegar documentos, remédios e até mesmo alguns utensílios domésticos. Na Operação foi utilizado helicópteros, atiradores de elite, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Teve registro de pessoas feridas. 

“Parece que o Governo ver o povo negro e pobre como inimigo. Acredito que a principal razão para que aquelas pessoas fossem tratadas daquela maneira, seja por conta de suas origens sociais e raciais”, protesta Luiz Inácio.

O Governo Casagrande até o momento não implementou a Lei 7.723/04 que institui políticas de promoção da igualdade racial e tão pouco iniciou diálogo com o Movimento Negro para discutir ações que possam reverter a realidade deste segmente. Historicamente os negros foram majoritariamente espoliados em diversas dimensões dos direitos sociais, inclusive no de moradia, como é o caso de boa parte das pessoas que foram despejadas em Aracruz.

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